sexta-feira, 10 de junho de 2011

Breve relato de uma história de sucesso!

Entrevista com Daniel Jansen, ele tem 35 anos e recebeu o diagnóstico aos 23 anos.

Quais Tratamentos você já fez?
"Psicoterapia individual e terapia em grupo, além de tratamento com remédios. E terapias alternativas, como cromoterapia.”

Qual tratamento faz hoje?
”Psicoterapia individual e tratamento com remédios.”

Fale sobre as intervenções.
”Eu acho que os treinos me ajudaram a fazer seminários e a apresentar a tese. A prática ajudou um pouco, principalmente na abordagem de desconhecidos, mas apenas em cursos ou aulas. Ainda tenho dificuldade em abordar alguém numa fila,festa ou algo do gênero.”

O que as pessoas precisam saber sobre o Autismo/ Asperger.
”Asperger é diferente de autismo por ter o intelecto preservado, mas não é igual ao normotipico. Aspergers são menos tolerantes a frustração e as pessoas precisam ser explicitas com eles. Se se interessar,seja amigo ou outro relacionamento,precisa demonstrar esse carinho; Aspergers dificilmente entendem indiretas e não sabem normalmente quando estão sendo inconvenientes. São ligados a poucos assuntos e falam muito sobre eles, tendo dificuldade para ter conversas (consideráveis) fúteis. Tem dificuldades com empatia e muitas vezes, não sabe direito o que dizer ou fazer para consolar uma pessoa ou até para dar apoio,soando “artificial”.”

Como é ser um Asperger?
“É ter aparência de normal, mas na verdade ser pouco compreendido. É admirado, mas ao mesmo tempo é deixado um pouco de lado.”

Como foi sua infância?
“Minha infância foi predominantemente sozinho, não queria saber de brincar com outras crianças e tinha interações mais com os primos do que com os amiguinhos da escola. Gostava muito de jogos de tabuleiro e de imaginação. Os tabuleiros, às vezes, eram feitos a caneta ou lápis em um papel.”

O que as mães de Aspergers precisam saber?
“Os Aspergers são muito inteligentes e podem ir longe na vida acadêmica, porém não espere muito deles em termos de relacionamento. Cada um é cada um e são quase tão diversificados quantos os “normais”.”

Conte sobre sua trajetória acadêmica
“Eu tirava notas relativamente altas menos em matemática e física. Tinha dificuldade também em educação física e artística. Na faculdade,comecei fazendo um curso de Medicina que não deu certo principalmente porque não sabia lidar com os pacientes e minhas anamneses não eram objetivas. Depois comecei fazendo licenciatura na Biologia,fiz alguns estágios (mas não iniciação) e trabalhei fazendo triagem para o Biota/Fapesp. No terceiro ano,passei para o bacharelado e me formei só nisso. Na pós,tive dificuldades no campo e até na qualificação,mas depois superei após assumir minha condição e após muito treino e apoio,me formei Mestre. Pensei em publicar uns trabalhos em revistas cientificas nacionais e internacional. Ainda não tenho planos para um Doutorado. Atualmente trabalho como especialista ambiental.”

Apesar de Daniel relatar algumas dificuldades sociais, cada dia que passa ele tem se desenvolvido mais. Um rapaz surpreendentemente inteligente e carinhoso, o caracterizo também como bom de papo e um bom amigo.
                                                                                                                
*Foi concedido pelo entrevistado a publicação dos dados pessoais.

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